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quinta-feira, 14 de março de 2013

1973 - Um ano de ouro para o rock progressivo

Conforme já aconteceu nos dois anos anteriores, este ano traremos uma série de posts falando sobre os lançamentos importantes ocorridos há 20, 30, 40 anos atrás (confira os posts do ano passado aqui: 1972 - parte 1 e parte 2, 1982, 1992). Começaremos esta série falando sobre o ano de 1973, um ano com uma enorme quantidade de clássicos lançados, em especial de rock progressivo. Vamos recordar estes clássicos agora!!

Vimos no post sobre 1972 que o governo norte-americano já realizava a retirada de tropas do Vietnã, e a participação americana terminaria neste ano de 1973, mas a guerra continuaria: um acordo de paz foi assinado entre as duas partes vietnamitas e os EUA, porém rapidamente violado pelo lado comunista, que  retomou a campanha ofensiva e, em abril de 1975, conseguiu invadir Saigon, a capital do Vietnã do Sul, encerrando a guerra. O escândalo Watergate, que começou no ano anterior, tem seu desenrolar neste ano, complicando cada vez mais o presidente americano Richard Nixon, que acabaria renunciando no ano seguinte. Dois grandes arranha-céus dos EUA são construídos/inaugurados neste ano: World Trade Center (destruído quase 30 anos depois pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001) e a Sears Tower, considerada na época a torre mais alta do mundo. As infindáveis guerras entre árabes e israelenses continuam, este ano com o conflito de Yom Kippur. Esta guerra, e o apoio dos EUA a Israel provocaram uma crise de petróleo, com os membros da OPEP aumentando o preço do "ouro negro" propositadamente, para atacar as economias ocidentais, o que acabou provocando uma grande crise e recessão. Aqui na América do Sul, as ditaduras aumentam em número: chegou a vez do Chile, com golpe militar e morte do presidente Salvador Allende. As perdas deste ano não são diretamente relacionadas à música: Bruce Lee, ator de filmes de ação, muito roqueiro curtia (e ainda curte) os filmes dele; e J.R.R. Tolkien, criador dos livros "Senhor dos Anéis", universo frequentemente visitado pelas bandas de rock e heavy metal, quando precisam de inspiração para suas letras (Led Zeppelin é um dos casos).

Vamos lá conferir os discos que estão completando 40 anos do seu lançamento:

Free - "Heartbreaker" - canto do cisne desta grande banda, ainda assim um grande registro deles, em especial a primeira música do álbum, "Wishing Well", a faixa-título e "Muddy Water". Após o fim da banda, o vocalista Paul Rodgers e o baterista Simon Kirke iriam formar o Bad Company e conhecer ainda mais sucesso. O baixista iria para o The Faces, o tecladista tocaria com o The Who, e Paul Kossoff, o guitarrista com sérios problemas no vício em drogas, formou a banda Back Street Crawler, que durou apenas três anos, terminando após sua morte, de um ataque cardíaco, consequência do abuso das drogas. Uma pena, ele tinha muito talento!

Deep Purple - "Who Do We Think We Are" - último disco da formação Mk2 do Deep Purple (pelo menos até a reunião em 1984), e talvez o mais injustiçado também. Não se trata de um álbum ruim, tem fortes qualidades, mas acaba sofrendo com as comparações com os discos anteriores. Destaque para o clássico "Woman From Tokyo", "Mary Long" e "Rat Bat Blue". Fez pouco sucesso na época e muitos atribuem isto a conflitos internos na banda (leia-se uma briga entre Gillan e Blackmore), que acabaram levando à saída do vocalista Ian Gillan e do baixista Roger Glover. Felizmente, a banda encontrou fantásticos substitutos - David Coverdale e Glenn Hughes - que entrariam para a história da banda com um álbum fortíssimo, "Burn". Mas, falaremos deste disco ano que vem, no post de 1974...

Alice Cooper - "Billion Dollar Babies" - continuando a parceria de sucesso com o produtor Bob Ezrin, que produziu os álbuns anteriores, este foi o disco de maior sucesso da tia do rock Alice Cooper, alcançando o topo das paradas americana e inglesa. Me parece mais bem produzido e conciso que o anterior, e tem como destaques as canções "Hello Hooray", "Elected", a faixa-título e o clássico "No More Mr. Nice Guy", que já foi coverizado por diversas bandas (destaco a versão do Megadeth). Este foi o momento de ápice na carreira de Alice, que depois teve altos e baixos, porém sempre se mantendo produtivo e na ativa com muitos shows. Viva a tia Alice!!

Camel - "Camel" - belo disco de estreia desta banda de rock progressivo inglesa, que costuma ser relacionada ao movimento de Canterbury (junto com outras bandas como o Caravan), com destaque para a faixa de abertura, "Slow Yourself Down", além das canções "Separation" e "Never Let Go". A banda ainda continua na ativa depois de mais de 40 anos de carreira, muitas mudanças de formação e problemas com os integrantes, incluindo a morte do tecladista Peter Bardens em 2002 (ele gravou este disco). Andrew Latimer, o vocalista e multi-instrumentista, teve problemas de saúde que impediram a banda de excursionar por alguns anos, mas a Wikipedia traz informações de que sua saúde melhorou e a banda planeja uma excursão para este ano. Serão bem-vindos ao Brasil!!

Pink Floyd - "The Dark Side Of The Moon" - um dos maiores registros musicais de todos os tempos, é considerada a obra-prima suprema do Pink Floyd. Além de sua qualidade indiscutível, se tornou um sucesso quase que insuperável, e detém o recorde tendo se mantido durante 741 semanas nas paradas (fonte: Wikipedia). Já vendeu por volta de 50 milhões de cópias em todo o mundo e continua vendendo. Gravado nos estúdios Abbey Road, a banda evoluiu de longas suítes instrumentais dos discos anteriores para canções mais curtas, centradas, com diversas inovações, como o uso de sintetizadores e gravações de relógios e explosões. Não dá pra destacar uma única canção aqui, o ideal é que você escute o álbum do começo ao fim várias vezes e curta toda a maestria do Pink Floyd. E procure acompanhar as letras também, variando em temas como ganância, loucura e outros. Nota 1000 para este álbum!!

Led Zeppelin - "Houses Of The Holy" - este pode ser considerado um disco de transição do Led Zeppelin. Foi um dos primeiros em que a banda experimentou novas sonoridades, como o reggae de "D'yer Mak'er", o ritmo funkeado de "The Crunge" e o teclado inspiradíssimo de "No Quarter". Claro que o rock potente e costumeiro da banda se fazia presente em clássicos como "The Song Remains The Same", "Over The Hills And Far Away" e na arrasa-quarteirão "The Ocean", que encerra este puta álbum. Apesar de não ter repetido o sucesso estrondoso e monstruoso do disco anterior, chegou ao topo das paradas britânica e americana e também vendeu muito, acima de 10 milhões de cópias. Algumas sessões das gravações deste álbum acabaram ficando para discos posteriores, como a faixa de mesmo nome deste álbum, lançada no álbum seguinte. Da época em que os gigantes caminhavam sobre a Terra!!

Faces - "Ooh La La" - último disco de estúdio da banda, que já estava com diversos atritos e frustrações em seus integrantes. A maior frustração aconteceria poucos meses depois do lançamento: o baixista Ronnie Lane, insatisfeito com o andar da carruagem, pediu as contas e rapou fora, sendo substituído pelo baixista do Free, Tetsu Yamauchi (ver acima). A banda ainda duraria mais dois anos, lançando um ou outro single, mas em 1975, Ronnie Wood sai da banda para entrar nos Rolling Stones, Rod Stewart parte para a carreira solo (de muito sucesso e baladas...) e a banda acaba de vez (o baterista Kenney Jones iria substituir Keith Moon no The Who, após sua morte). O álbum tem diversos destaques, como as canções "Cindy Incidentally", "My Fault" e "Borstal Boys". Porém, no geral, pode ser considerado um disco abaixo da qualidade dos anteriores - talvez um presságio de que a banda já não rendia muito bem e o fim era inevitável. Algumas tentativas de reunião da banda ocorreram, mas apenas shows esporádicos reuniram os ex-integrantes da banda. O baixista Ronnie Lane foi diagnosticado com esclerose múltipla, e acabou falecendo em 1997. Em alguns shows, ele foi substituído pelo ex-baixista dos Rolling Stones, Bill Wyman.

Uriah Heep - "Uriah Heep Live" - após uma sequência de grandes álbuns (veja os posts dos anos anteriores), o Uriah Heep aproveitou e registrou um show na Inglaterra tocando seus principais clássicos, aproveitando a estabilidade da formação com Lee Kerslake na bateria e Gary Thain no baixo (Gary foi eletrocutado no palco durante um show da banda em 1975, e acabou sendo demitido, falecendo pouco tempo depois). Uma performance incrível, provando todo o poder de fogo da banda, que estava no seu auge. Destaque para os clássicos "Sunrise", "Sweet Lorraine", "Easy Livin'" e "July Morning". A banda ainda lançaria alguns álbuns de sucesso com o vocalista David Byron, meu preferido, até que uma série de mudanças de formação prejudicariam bastante a banda. A partir da segunda metade dos anos 80, o vocalista Bernie Shaw, um ótimo cantor, e o tecladista Phil Lanzon estabilizam a formação que está mais ou menos até os dias de hoje - exceção feita ao baterista Lee Kerslake, que não toca mais com a banda por problemas de saúde.

Wishbone Ash - "Wishbone Four" - depois de um álbum fantástico, "Argus", que influenciou diversas gerações com suas guitarras, o Wishbone Ash lançou este disco, menos calcado e inspirado em histórias medievais inglesas e mais com um direcionamento acústico/folk, sem deixar de ser um belo álbum, com composições muito boas. Destaques para a faixa de abertura, "So Many Things To Say", além de "Ballad Of The Beacon", "No Easy Road" e "Doctor". O guitarrsita Ted Turner saiu da banda após este álbum, retornando em 1985 para uma reunião desta formação clássica da banda. Já falei no post de 1972, a banda atualmetne possui duas versões: uma liderada por Andy Powell e outra liderada por Martin Turner. Não parecem se unir em um futuro próximo...

Bachman-Turner Overdrive - "Bachman-Turner Overdrive" - esta foi uma banda familiar, no termo mais literal da palavra: formada pelos irmãos Bachman (Randy, Robbie e Tim; Randy tocou antes no Guess Who) e por Fred Turner, todos de origem canadense, o BTO foi aos poucos emplacando alguns sucessos nos EUA, e crescendo em popularidade - chegaram a emplacar um álbum no topo da parada americana, seu terceiro. Neste disco, o início daquele rock clássico, melódico e cativante, horas com a voz rascante de Fred Turner (como na canção "Gimme Your Money Please" e no clássico dançante "Hold Back The Water"), que neste álbum canta a maioria das canções, hora com o vocal de Tim Bachman. Ainda este ano, a banda lançou seu segundo álbum - veja mais abaixo neste post.

Yes - "Yessongs" - depois de lançar dois clássicos maravilhosos, "Fragile" e "Close To The Edge", a banda excursionou e aproveitou os shows para gravar seu primeiro álbum ao vivo, uma maravilha de disco que, na época, foi lançado como vinil triplo, um projeto ambicioso que se provou um dos mais clássicos álbuns ao vivo de todos os tempos. Em algumas faixas, temos o baterista Bill Bruford, mas na maioria já temos Alan White, que o substituiu a partir da turnê do álbum "Close To The Edge". Era a formação mais clássica que o Yes teve, em seu momento de auge e sucesso de público e crítica, com toda a pompa a que tinham direito: suítes completas, de quase 20 minutos; solos de quase todos os membros da banda; e os maiores clássicos presentes, como "Siberian Khatru", "And You And I", "Roundabout", "I've Seen All Good People" e tudo o mais. Imperdível!! Ainda este ano, a banda lançaria outro projeto ambicioso, um disco de estúdio com uma música por lado do vinil. Veja mais abaixo...
 
Captain Beyond - "Sufficiently Breathless" - segundo álbum desta banda formada pelo ex-vocalista do Deep Purple, Rod Evans, e o guitarrista Larry Reinhardt, ex-Iron Butterly. Neste disco, a banda resolveu tomar um caminho diferente, com uma sonoridade mais suave que o predecessor, com influências musicais retiradas da banda de Santana no começo dos anos 70. Não obtiverem muito sucesso na empreitada e, particularmente, apesar de não achar este trabalho ruim, eu prefiro o primeiro trabalho. A banda ainda lançaria mais um álbum de estúdio, em 1977, mas sem a presença de Rod Evans. A banda se reuniu para shows no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, e tudo indica que encerraram definitivamente suas atividades, já que no começo do ano passado, o guitarrista Larry Reinhardt faleceu devido a complicações de um câncer. Outro que também já faleceu foi o baixista Lee Dorman, presente neste álbum. Os bons músicos estão indo embora...

Nazareth - "Razamanaz" - terceiro álbum de estúdio desta banda escocesa, o primeiro a fazer sucesso, graças a boa produção de Roger Glover (ele mesmo, o baixista do Deep Purple) e algumas canções de destaque: a faixa-título, um rockaço de primeira, bem ao estilo da banda; "Woke Up This Morning", um blues rock cheio de slide (aliás, o guitarrista Manny Charlton adorava usar slide), regravação do disco anterior; "Bad Bad Boy", uma espécie de hino dos canalhas; e "Broken Down Angel", minha preferida do disco, rock e melodia casando perfeitamente, um clássico da banda. Um belo álbum que começou a abrir os caminhos para esta banda que continua na ativa até os dias de hoje. Eles ainda lançariam outro disco neste mesmo ano, ver mais abaixo neste post.

Budgie - "Never Turn Your Back On A Friend" - terceiro álbum desta banda do País de Gales, uma das precursoras do heavy metal que seria feito na década seguinte, influenciando muita gente da NWOBHM (New Wave Of British Heavy Metal) e também bandas de outros estilos, como o Metallica, que acabou revivendo a fama da banda com suas versões para "Crash Course In Brain Surgery", do primeiro disco, e "Breadfan", que abre brilhantemente este álbum. Outros destaques do disco são a versão para "Baby, Please Don't Go" e as lentinhas "You Know I'll Always Love You" e "Riding My Nightmare". Um grande álbum de uma banda muito pouco conhecida. Vale a pena descobri-la!!

Jethro Tull - "A Passion Play" - mais um álbum conceitual lançado pelo Jethro Tull, assim como foi o anterior, o clássico "Thick As A Brick". E também como o anterior, o disco consistiu de apenas uma única canção, dividida em duas partes, uma para cada lado do vinil. Uma canção de mais de 40 minutos, cheia de nuances, quebras, harmonias riquíssimas, tudo que se espera de um grande disco de rock progressivo. O tema do álbum e da única canção seria, segundo a Wikipedia, a jornada espiritual de um homem no pós-vida. Mais uma igualdade com o álbum anterior, este também chegou ao topo da parada americana - bons tempos em que os álbuns de rock progressivo lideraram as paradas...

Queen - "Queen" - este foi o primeiro álbum da carreira de uma banda de extrema qualidade e sucesso. Claro que este primeiro disco tinha poucos sucessos, o som da banda ainda era bastante cru, muito influenciado pelo hard rock que era feito na época. Também vemos alguma pouca influência do rock progressivo que dominava esta época. Entretanto, já podíamos reconhecer o talento fantástico do vocalista Freddie Mercury e do guitarrista Brian May, os principais compositores das canções do álbum. Destaque para a faixa de abertura "Keep Yourself Alive", além de "Doing Alright", a épica "Liar" e "Modern Times Rock 'N' Roll", cantada pelo baterista Roger Taylor. Apenas o primeiro de uma série de maravilhosos lançamentos que a banda faria até o começo dos anos 90, quando o vocalista Freddie Mercury faleceu, de complicações da AIDS. God save the Queen!!

ZZ Top - "Tres Hombres" - terceiro disco de estúdio dos barbudos texanos (na época do lançamento deste disco eles ainda nem tinham as longas barbas...), e este foi o álbum que catapultou a carreira da banda, o primeiro a fazer muito sucesso. Aquele blues rock texano inconfundível e de excelente qualidade chegou ao seu ápice neste clássico da banda, e o maior clássico do grupo, "La Grange", o single do disco, foi o carro-chefe que conseguiu levar o álbum ao Top 10 da parada americana. Destaque também para as canções "Waitin' For The Bus", "Jesus Left Chicago" e "Beer Drinkers & Hell Raisers", que formam uma puta trinca de abertura para o álbum. Os barbudos continuam na ativa com tudo, lançando discos e excursionando. Um dos melhores power trios do planeta!!

Genesis - "Genesis Live" - já falamos do álbum ao vivo do Yes, e agora falamos do disco ao vivo do Genesis, outro baluarte do rock progressivo que dominou os anos 70 (a primeira metade, pelo menos). Ambos tem enorme qualidade, mas enquanto o projeto do Yes foi grandioso, lançado em vinil triplo, aqui tivemos um vinil simples (segundo a Wikipedia, houve uma versão em vinil duplo, incluindo a canção "Supper's Ready"; entretanto, esta versão foi promocional para rádios, nunca foi comercializada), com apenas cinco canções, quase 50 minutos de música. Ainda segundo a Wikipedia, a ideia da gravadora era ganhar tempo com este disco ao vivo enquanto a banda trabalhava no seu próximo disco de estúdio, que foi lançado neste mesmo ano. Não importa, desde os acordes iniciais de Tony Banks para "Watcher Of The Skies", passando pelo grande clássico "The Musical Box", até o grand finale com "The Knife", é um belíssimo registro ao vivo desta fase da banda; a melhor, na minha opinião.

Grand Funk Railroad - "We're Are An American Band" - sétimo álbum de estúdio deste baluarte norte-americano do hard rock, e é um disco com muitas mudanças. A banda continuou rompida com o antigo parceiro produtor e agente Terry Knight (este rompimento acabou gerando uma batalha legal pelos direitos legais da banda, o que prejudicou financeiramente o grupo). Para este álbum, ao contrário do anterior, onde a própria banda produziu, eles trouxeram um produtor de fora, e Todd Rundgren foi o escolhido. Ele tomou algumas decisões para a gravação: primeiro, o baterista Don Brewer cantaria diversas canções, a maioria neste álbum (nada contra o vocal de Don, mas eu prefiro o guitarrista Mark Farner cantando...); segundo, o som da banda se afastaria um pouco do hard rock que os fãs estavam acostumados. Mesmo assim, o resultado agradou o público e a crítica, e esse acabou sendo o maior sucesso da banda até então. Destaque para a faixa-título, "Creepin'", "Black Licorice", "The Railroad" e "Walk Like A Man". Toda a discografia do Grand Funk Railroad foi relançada remasterizada com diversas faixas bônus em 2002, incluindo este belo álbum. Aproveitem para curtir mais esta pérola do ano de 1973!!

Lou Reed - "Berlin" - depois do sucesso de "Transformer", um dos discos mais importantes da carreira de Lou Reed, ele veio com um sucessor tenso, de temática obscura - "Berlin". É um álbum onde a temática das letras fala de um casal com todos os tipos de problema: abuso de drogas, violência doméstica, depressão e por aí vai. Curiosamente, este álbum foi produzido por Bob Ezrin (eu cito curiosamente porque Bob costuma produzir discos mais comerciais) e com participações de Jack Bruce, do Cream, no baixo, e Steve Winwood no órgão. Temos um disco de difícil assimilação, muita orquestração - aliás, quase todos os álbuns de Lou Reed são assim, difíceis - mais este álbum ainda mais que os demais álbuns do cantor. Ainda assim, um disco de muitas qualidades, mas que não foi bem recebido na época; a turnê que estava sendo planejada para sua promoção acabou sendo cancelada - em 2007, Lou conseguiu finalmente realizar um show tocando o álbum como ele havia planejado, inclusive lançando um DVD da gravação de um destes shows. Por mais que você não goste de Lou Reed, é importante respeitar este baluarte do rock mundial!

Lynyrd Skynyrd - "(Pronounced 'Leh-'nérd 'Skin-'nérd)" - disco de estreia desta banda americana que ajudou a popularizar o southern rock. Impressionante como tantos clássicos podem estar logo no primeiro álbum: "Tuesday's Gone", "Gimme Three Steps", "Simple Man" e "Free Bird" - ufa! Difícil encontrar um disco de estreia tão bom, de uma banda incomum para os padrões do rock: eles foram um dos primeiros a terem três guitarristas. Infelizmente, a banda ficaria mais famosa por outro acontecimento, trágico: o desastre aéreo que vitimou três membros da banda em 1977, incluindo o grande vocalista Ronnie Van Zant. A banda terminou e depois de um longo tempo, retomaram as atividades, colocando o irmão mais novo de Ronnie, Johnny, nos vocais. Longa vida a esta clássica banda de rock!!

Rolling Stones - "Goats Head Soup" - este foi mais um disco de sucesso dos Rolling Stones, que chegou ao topo das paradas americana e britânica. A banda nesta época estava numa sequência fantástica, lançando um disco clássico após outro: começaram com "Beggars Banquet", aí entra Mick Taylor na banda e se sucedem "Let It Bleed", "Sticky Fingers", "Exile On Main St." e este álbum. Ainda com Mick Taylor, a banda lançaria mais um grande álbum, "It's Only Rock 'N' Roll", e o guitarrista deixaria a banda, sendo substituído por Ronnie Wood, que está com os Stones até hoje. Voltando a este disco em particular, ele foi gravado na Jamaica e traz uma sonoridade mais contida, calma, com apenas um rockão empolgante (a faixa de encerramento "Star Star"). Talvez por isso a canção mais conhecida tenha sido a balada "Angie". Ainda assim, é um disco de qualidades inegáveis, mais um nesta sequência de ouro dos Stones. Destaque para a canção de abertura "Dancing With Mr. D" (D sendo "Death", a morte), a lentinha "Coming Down Again", cantada por Keith Richards, "Silver Train" e "Star Star". Uma época de ouro para o rock e também para os Rolling Stones!

The Allman Brothers Band - "Brothers And Sisters" - depois da perda de Duane Allman, em 1971, a banda lançou o álbum "Eat A Peach", que ainda continha participação de Duane (ver o post de 1972). A tragédia iria atingiar a banda mais uma vez, com a morte do baixista Berry Oakley, no final de 72. Depois de dois anos com tragédias (71 e 72), o ano de 1973 viu a banda lançar este novo álbum de estúdio, que foi ao topo da parada americana e fez o Allman Brothers ressurgir das cinzas como um dos grandes grupos de rock dos anos 70 e ajudou também o estilo southern rock a crescer. Aqui temos duas das canções mais conhecidas da banda: "Ramblin' Man" e "Jessica", com destaque também para a faixa "Southbound". Mais um grande álbum completando 40 anos. Curiosidade: a menina na capa do disco é a filha do baterista Butch Trucks...

Thin Lizzy - "Vagabonds Of The Western World" - aqui temos o terceiro álbum de estúdio da banda, que ainda não tinha alguns de seus membros tradicionais, como por exemplo os guitarristas Brian Robertson e Scott Gorham, que entrariam na banda no ano seguinte e iniciariam uma nova fase para a banda. Então, este álbum pode ser considerado um disco de transição, sem a pegada e o som que a dupla de guitarristas iria adicionar ao Thin Lizzy nos próximos lançamentos. Aqui, apenas o guitarrista Eric Bell dominava as seis cordas, e temos a voz inconfundível de Phil Lynott nos dizendo que se trata sim de um trabalho do Lizzy. Destaque para as canções "The Hero And The Madman""The Rocker" (o single do álbum, favorita entre os fãs e constante nos shows da banda) e a faixa-título. As versões remasterizadas deste álbum trazem diversas faixas bônus, incluindo um grande sucesso da banda, "Whiskey In The Jar", lançada no ano anterior e que ajudou a banda a ficar mais conhecida (para quem não sabe, esta canção é uma tradicional canção irlandesa, gravada pelo Thin Lizzy e por outras bandas, incluindo o Grateful Dead). 

Uriah Heep - "Sweet Freedom" - já falamos sobre o grande disco ao vivo que o Uriah Heep lançou no começo do post, e agora falamos sobre este sexto disco de estúdio da banda, praticamente uma continuação da sonoridade que a banda levava no disco anterior, "The Magician's Birthday". A mesma formação, mais um disco de qualidade, com destaque para a canção "Stealin'", a mais conhecida do álbum, e também para a faixa-título (minha preferida) e as canções "If I Had The Time" e "Pilgrim". Belo álbum desta importante banda dos anos 70, ainda ativa nos dias de hoje!!

Elton John - "Goodbye Yellow Brick Road" - temos aqui o álbum mais clássico e de maior sucesso de Elton John, um álbum duplo, de fortes composições e melodias inspiradas. Logo de cara, uma longa suíte de 11 minutos, "Funeral For A Friend/Love Lies Bleeding" (coverizada pelo Dream Theater no álbum "A Change Of Seasons"), se encaixando perfeitamente no clima da época, de auge do rock progressivo. O disco apresenta muito mais, com canções mais pop como a faixa-título, e outros destaques como "Candle In The Wind" (feita em homenagem à Marilyn Monroe), "This Song Has No Title" e "Saturday Night's Alright For Fighting". O álbum chegou ao topo das paradas tanto nos EUA quanto na Inglaterra e já vendeu, até os dias de hoje, mais de 30 milhões de cópias. Um sucesso estrondoso mais que merecido para este grande clássico!!

Genesis - "Selling England By The Pound" - como eu já falei, os anos 70 foram os anos de ouro do rock progressivo. As principais bandas lançavam todo ano pelo menos um álbum. E um disco é melhor que o outro. Já falamos neste post de álbuns ao vivo de Yes e Genesis, e agora temos um discaço de estúdio desta banda capitaneada por Peter Gabriel. Este é meu disco preferido do Genesis, um álbum que beira a perfeição. Desde o começo a capella de Gabriel, na excelente faixa de abertura "Dancing With The Moonlit Knight", passando pelo grande clássico "I Know What I Like (In Your Wardrobe)", as grandes suítes "The Battle Of Epping Forest" e "The Cinema Show", o álbum mostra uma banda super coesa, entrosada, dominando completamente seus instrumentos e combinando-os perfeitamente. Um clássico supremo do rock progressivo - um dos melhores discos do gênero!!

The Who - "Quadrophenia" - depois do clássico supremo "Who's Next", e muita turnê de promoção, a banda entrou em estúdio e acabou partindo para a sua segunda ópera rock (a primeira tinha sido "Tommy", em 1969), contando a história de um adolescente que sofre de esquizofrenia, tendo múltiplas personalidades, cada personalidade interpretada e representada por um membro da banda. Lançado na época como vinil duplo, foi mais um projeto ambicioso que deu certo - o guitarrista, líder e principal compositor da banda, Pete Townshend, considera este o melhor álbum que o The Who já lançou (eu fico entre "Tommy" e "Who's Next", mas adoro este também!). Destaque para o single "5:15", a canção mais conhecida do álbum, e também para as canções "The Real Me", "The Punk And The Godfather",  "Is It In My Head?", "Love, Reign O'er Me", ah, melhor você escutar o álbum do começo ao fim, bem melhor!! Os dois membros sobreviventes da banda, Pete Townshend e Roger Daltrey, estão em excursão pelos EUA, tocando este disco na íntegra. Há fortes rumores da vinda da banda ao Brasil neste ano de 2013 - torço muito para que confirmem!!

Focus - "At The Rainbow" - após três discos de estúdio, o Focus, banda holandesa de rock progressivo, resolveu lançar este disco ao vivo, gravado no Rainbow Theatre, na Inglaterra, onde faziam sucesso na época (os discos de estúdio anteriores chegaram à segunda e terceira posições da parada britânica). Bela performance da banda, e os clássicos estão lá, incluindo a mais conhecida do grupo, "Hocus Pocus". Vale a pena explorar a discografia desta banda, com bons álbuns, em especial os três primeiros!

Renaissance - "Ashes Are Burning" - já falamos ano passado, no post de 1972, sobre um álbum desta banda de rock progressivo única por conter uma cantora (de voz maravilhosa, por sinal). Falamos sobre o disco de estreia dela, Annie Haslam, na banda e agora falamos sobre um dos maiores sucessos da banda, disco clássico que tornou a banda mais conhecida do grande público. Destaque para o uso de uma orquestra tocando com a banda em algumas canções (este recurso seria utilizado em discos posteriores da banda) e também para a participação especial de Andy Powell, do Wishbone Ash, tocando o solo da faixa-título. Além da já citada faixa-título, destaque para as canções "Can You Understand?" e "Carpet Of The Sun". A banda teve períodos de inatividade, mas atualmente está na ativa, apesar da morte, em novembro do ano passado, do guitarrista e um dos principais compositores Michael Dunford.   Tudo de bom para esta grande banda!!

Emerson, Lake & Palmer - "Brain Salad Surgery" - este quarto álbum de estúdio do ELP, com produção do vocalista Greg Lake, é mais um marco do rock progressivo lançado neste ano de 1973 - parece que as principais bandas do estilo combinaram de lançar grandes discos quase que ao mesmo tempo. Com apenas cinco faixas, sendo uma de quase meia hora de duração ("Karn Evil 9"), este clássico mais uma vez mostra a banda e sua excelência técnica instrumental, e ainda de quebra com espaço para uma canção mais curta e lenta, "Still... You Turn Me On". Após o lançamento do disco, a banda partiu para uma grande turnê promocional, incluindo o famoso show no festival California Jam, que contou também com Black Sabbath e Deep Purple, em 1974. Áureos tempos do rock and roll!!

Montrose - "Montrose" - esta banda já foi alvo de um post dissecando este álbum e o seguinte, os dois que foram gravados com Sammy Hagar nos vocais (confira esse post aqui). Este, especificamente, tem excelentes momentos, e influenciou diversas bandas, podendo ser considerado um dos precursores do hard rock americano. Iron Maiden e Van Halen beberam nesta fonte, coverizando algumas canções deste álbum. Com um rock direto e inspirado, os destaques ficam para as canções "Rock The Nation", "Bad Motor Scooter", "Space Station #5" e a de maior sucesso, "Rock Candy". Ainda gravariam mais um disco com Sammy nos vocais, porém a falta de sucesso levaria a mudanças de formação e eventualmente ao fim da banda. O guitarrista Ronnie Montrose faleceu no ano passado; cometeu suicídio com um revólver, mesmo depois de vencer um câncer de próstata. Celebremos a música de Ronnie!!

Nazareth - "Loud 'N' Proud" - já falamos do álbum "Razamanaz" aqui e agora temos mais um disco de estúdio da banda escocesa Nazareth. A sonoridade continuou a mesma (este é outro álbum produzido por Roger Glover, baixista do Deep Purple) e o destaque neste disco fica para a canção "This Flight Tonight", cover de Joni Mitchell, e também para a faixa de abertura, "Go Down Flighting", e "Turn On Your Receiver", belos rockões, bem ao estilo da banda. A banda teria seu auge de sucesso dois anos depois, com o lançamento de seu disco mais clássico, "Hair Of The Dog". Mas sobre este álbum a gente fala em outro post...

Black Sabbath - "Sabbath Bloody Sabbath" - os pais do heavy metal já lançavam, em 1973, seu quinto disco. No auge do abuso de substâncias narcóticas, a banda teve um certo bloqueio para conseguir compor as músicas deste álbum - Tony Iommi, em sua biografia, falou que nada vinha em sua mente, e nenhum outro membro ajudou. Saíram de Los Angeles e voltaram para a Inglaterra, e a inspiração de riffs de Iommi voltou com toda força, nos presenteando com clássicos do rock como a faixa-título, "A National Acrobat" e "Sabbra Cadabra". Foi um disco em que a banda evoluiu um pouco sua musicalidade, adicionando trechos com sintetizadores, teclados e outras nuances - tudo isso sem perder a essência heavy metal característica da banda. Uma participação inusitada e especial neste álbum é a de Rick Wakeman, do Yes. Ele estava gravando com sua banda o disco "Tales From Topographic Oceans" (falaremos dele daqui a pouco), ficou amigo de Ozzy (o filho de Wakeman, Adam, tocou com o madman em algumas turnês solo) e acabou gravando teclados para o clássico "Sabbra Cadabra". Um clássico do heavy metal que influenciou muita gente, completando 40 anos!!

Paul McCartney & The Wings - "Band On The Run" - após o fim dos Beatles, Paul McCartney lançou dois álbuns solo de sucesso, mas Paul queria sua mulher, Linda, ao seu lado também durante as turnês, então resolveu formar um novo grupo em que ela estivesse presente - foi quando surgiu os Wings. A nova banda incluía também Denny Laine, ex-guitarrista e vocalista da banda The Moody Blues. Depois de um primeiro álbum sem grande sucesso comercial, o segundo já deu uma boa decolada, atingindo a primeira posição da parada americana. Entretanto, foi neste terceiro álbum que a banda deixou seu registro mais importante, com uma série de canções memoráveis que ficarão para sempre na história do rock and roll - e estão sempre presentes nos shows de Paul. É considerado o trabalho mais forte de McCartney fora dos Beatles, e eu concordo plenamente. Destaque para a excepcional faixa-título, o rockão "Jet", "Mrs. Vandebilt", "Let Me Roll It", poderia citar quase o álbum todo aqui. Reviva um dos grandes momentos do ano de 1973 escutando a este fantástico álbum!!

Yes - "Tales From Topographic Oceans" - mais um grandioso álbum de uma banda de rock progressivo, que estava em alta neste ano de 1973. Este consistiu, na época, de um vinil duplo, com uma canção em cada lado do disco! Durante as gravações deste projeto ambicioso, o tecladista Rick Wakeman mostrou muito descontentamento, segundo ele por não ter espaço para contribuir mais (vimos que ele arranjou tempo para gravar uma participação no disco do Black Sabbath). Ele acabou deixando a banda depois da turnê de promoção do álbum. As reações da crítica após o lançamento foram variadas, com alguns adorando e outros detestando. É um projeto complexo e não é tão palatável como os clássicos anteriores "Fragile" e "Close To The Edge". Independente das reações da crítica, o público gostou e levou o álbum ao topo da parada britânica. Não é meu disco preferido da banda, mas gosto muito de escutá-lo enquanto leio - casamento perfeito!!!

Bachman-Turner Overdrive - "Bachman-Turner Overdrive II" - já falamos do primeiro disco deles neste post, e agora falamos deste segundo álbum, que fez mais sucesso que o primeiro, graças aos dois singles lançados: "Let It Ride" e "Takin' Care Of Business", os dois grandes destaques do disco. Ao contrário do primeiro álbum, este contém mais canções com os vocais de Tim e Randy Bachman - Fred Turner só canta em três canções, incluindo o sucesso "Let It Ride". Particularmente, eu gosto mais do primeiro disco, me parece mais impactante. O Bachman-Turner Overdrive atravessaria os anos 70 lançando discos de sucesso, até meio que terminar no final da década. Voltariam para mais um álbum em 1984. Recentemente, os membros Randy Bachman e Fred Turner lançaram um disco juntos, mas sem usar o nome da banda.


É isso, pessoal, espero que tenham gostado deste post relembrando mais um ano de ouro do rock - desta vez, o rock progressivo foi o grande destaque. Deixe seu comentário com algum álbum que eu tenha esquecido ou seu disco preferido. Participe também pelas redes sociais: TwitterFacebookTumblr. Um grande abraço e até o próximo post!!


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